Assistindo a um programa de televisão, escuto o relato de uma moça à apresentadora dizendo ter medo extremo de elevador, a ponto de subir 27 andares a pé para visitar uma amiga em um prédio. Ela afirmou ter recorrido a um psiquiatra e a terapias com psicólogos de várias abordagens, os quais ela relatou não terem resolvido o seu problema e por fim disse que já estava quase recorrendo a hipnose. Ao ouvir isso fiquei bastante intrigada, seria a hipnose o último recurso a ser buscado para auxiliar na solução de alguma questão? Seria algo ruim ou perigoso? E a pessoa a qual busca essa ferramenta de terapia não teria a mínima necessidade de tomar iniciativa e participar do processo de tratamento e solução de sua questão, como numa espécie de mágica?
Vamos nos informar sobre a hipnose terapêutica, para assim então podermos ter uma opinião consistente sobre ela e passar informações coerentes mundo à fora.
Há algo que você sabe mas não sabe que sabe. E logo que você descobrir o que é que você mas não sabe que sabe terás um sono tranquilo.
(Milton H. Erickson)
O histórico da hipnose mostra que ela aconteceu de várias formas ao longo do tempo. A sua exibição em palcos ou programas grotescos de televisão é a forma mais conhecida em que as pessoas tiveram contato com a hipnose, o que infelizmente tornou-a imersa em mitos e fantasias.
Os estados de transe hipnótico são estados correlatos porém, o acesso até eles pode se dar de maneiras diferentes. É sobre essa maneira diferente a qual quero falar e esclarecer. A hipnose usualmente conhecida é a hipnose clássica, a qual o hipnoterapeuta afirma ter controle sobre o cliente e este é apenas passivo durante o tratamento, não participando do direcionamento do processo e apenas volta à consciência pela vontade do terapeuta. Hoje você vai conhecer a hipnose ericksoniana, desenvolvida pelo Dr. Milton Erickson, considerado pai da hipnose moderna. Vamos ressignificar este instrumento tão valioso e enriquecedor que pode ajudá-lo a se ajudar quando você quiser.
A hipnose é um estado ampliado de consciência, onde a atenção e a percepção do indivíduo fica focalizada e voltada para o seu interior. Segundo Teresa Robles em Concerto para Quatro Cérebros, nosso cérebro automaticamente entra em transe a cada 60 a 90 minutos como uma forma de descanso e elaboração de suas atividades, aquele momento em que seu pensamento parece estar distante, por exemplo: quando você está dirigindo e se prende em seus pensamentos e sequer faz ideia de como conseguiu chegar no lugar que você queria sem depositar a sua atenção no trânsito. Isso significa que todos nós já experimentamos a hipnose e não foi nenhum bicho de sete cabeças. Ela é mais natural do que podemos imaginar.
Os estados de transe hipnótico são estados correlatos porém, o acesso até eles pode se dar de maneiras diferentes. É sobre essa maneira diferente a qual quero falar e esclarecer. A hipnose usualmente conhecida é a hipnose clássica, a qual o hipnoterapeuta afirma ter controle sobre o cliente e este é apenas passivo durante o tratamento, não participando do direcionamento do processo e apenas volta à consciência pela vontade do terapeuta. Hoje você vai conhecer a hipnose ericksoniana, desenvolvida pelo Dr. Milton Erickson, considerado pai da hipnose moderna. Vamos ressignificar este instrumento tão valioso e enriquecedor que pode ajudá-lo a se ajudar quando você quiser.
A hipnose é um estado ampliado de consciência, onde a atenção e a percepção do indivíduo fica focalizada e voltada para o seu interior. Segundo Teresa Robles em Concerto para Quatro Cérebros, nosso cérebro automaticamente entra em transe a cada 60 a 90 minutos como uma forma de descanso e elaboração de suas atividades, aquele momento em que seu pensamento parece estar distante, por exemplo: quando você está dirigindo e se prende em seus pensamentos e sequer faz ideia de como conseguiu chegar no lugar que você queria sem depositar a sua atenção no trânsito. Isso significa que todos nós já experimentamos a hipnose e não foi nenhum bicho de sete cabeças. Ela é mais natural do que podemos imaginar.
A hipnose passou por várias transformações e fazendo parte do contexto da hipnose moderna, temos a hipnose ericksoniana. Tenho carinho imenso por esta por ser um instrumento terapêutico que respeita as singularidades e jeito de ser do paciente/cliente. A hipnose ericksoniana faz parte da abordagem terapêutica criada pelo Milton Erickson, portanto ela é apenas um dos vários recursos utilizados para a melhoria da qualidade de vida do paciente. É uma forma de se estabelecer um processo de comunicação e interação do terapeuta com o paciente/cliente, onde cada um tem os seus papéis e o paciente participa ativamente e influi no direcionamento do processo terapêutico. Infelizmente, alguns mitos ainda rodeiam o universo da hipnose sendo importante conhecê-los para abandonarmos informações que não têm sustentação alguma.
O hipnoterapeuta tem poder sobre o paciente: como comuniquei anteriormente, a hipnose ericksoniana não ocorre essencialmente pela ação e poder do hipnoterapeuta, mas pela interação e aceitação da pessoa que entra em transe e deseja experimentar o que o hipnoterapeuta oferece (com base no que foi coletado durante as sessões e utilizando os próprios recursos do paciente) portanto, o paciente apenas se envolve se esta for a vontade dele;
O hipnoterapeuta controla o desejo e a mente do paciente: esse é um dado muito propagado pelas pessoas, a hipnose acessa a mente inconsciente, o paciente pode ou não aceitar o que for dito pelo hipnoterapeuta, já que a mente inconsciente protege o ser humano daquilo que ele não deseja;
A pessoa fica inconsciente durante o transe: em todo o momento a pessoa permanece acordada e por nenhum momento perde a consciência, do ponto de vista físico ela tem um relaxamento muscular, respiração suave e dessa forma a pessoa encontra-se relaxada, mas alerta. Dessa forma, a pessoa estará totalmente presente;
Algumas pessoas dizem ter medo da hipnose por achar que ela pode prejudicar a saúde: a hipnose é um estado que permite um contato interior consigo mesmo, por si só isso já é benéfico. Entretanto, a hipnose deve ser utilizada por profissionais habilitados, pois em mãos inapropriadas pode causar algum mal, como já disse Teresa Robles: "Aprender a induzir um transe é igual a aprender a aplicar uma injeção. Qualquer um capaz de fazê-lo, mas para saber o que está se aplicando é necessário o conhecimento médico. E pode-se matar ou adoecer alguém com uma injeção".
Por fim, compreende-se que a hipnose é um procedimento terapêutico extremamente sério e útil no tratamento das diversas patologias e não realiza milagres, como numa espécie de mágica. É uma ferramenta da psicologia autorizada e regulamentada pelo CRP na sua Resolução N° 013/00 de 20 de dezembro de 2000. Portanto, é preciso estar habilitado para usá-la.
Bianca Galindo
O hipnoterapeuta controla o desejo e a mente do paciente: esse é um dado muito propagado pelas pessoas, a hipnose acessa a mente inconsciente, o paciente pode ou não aceitar o que for dito pelo hipnoterapeuta, já que a mente inconsciente protege o ser humano daquilo que ele não deseja;
A pessoa fica inconsciente durante o transe: em todo o momento a pessoa permanece acordada e por nenhum momento perde a consciência, do ponto de vista físico ela tem um relaxamento muscular, respiração suave e dessa forma a pessoa encontra-se relaxada, mas alerta. Dessa forma, a pessoa estará totalmente presente;
Algumas pessoas dizem ter medo da hipnose por achar que ela pode prejudicar a saúde: a hipnose é um estado que permite um contato interior consigo mesmo, por si só isso já é benéfico. Entretanto, a hipnose deve ser utilizada por profissionais habilitados, pois em mãos inapropriadas pode causar algum mal, como já disse Teresa Robles: "Aprender a induzir um transe é igual a aprender a aplicar uma injeção. Qualquer um capaz de fazê-lo, mas para saber o que está se aplicando é necessário o conhecimento médico. E pode-se matar ou adoecer alguém com uma injeção".
Por fim, compreende-se que a hipnose é um procedimento terapêutico extremamente sério e útil no tratamento das diversas patologias e não realiza milagres, como numa espécie de mágica. É uma ferramenta da psicologia autorizada e regulamentada pelo CRP na sua Resolução N° 013/00 de 20 de dezembro de 2000. Portanto, é preciso estar habilitado para usá-la.
Bianca Galindo
Ótimo texto, Bianca! Você escreve de forma bastante leve, de modo que um assunto sério, com detalhes técnicos até, soa como uma conversa entre amigos durante um chá da tarde... :)
ResponderExcluirAbraço
Ah, e a imagem está maravilhosa!!!
ResponderExcluirObrigada Camila, fico muito contente que tenha gostado!
ResponderExcluirA leitura pode ser regada com um chá de camomila ou melissa...
=)